... os sonhos dos homens de outrora a muito já se perderam. O ideal de felicidade propostos nos filmes e nas novelas também não se encaixa mais com o perfil do homem atual. O padrão de realização que alguns desses meios de entretenimento ainda pregam parece ser uma longínqua e desfocada representação da realidade.
Anos atrás, ter um lar pra viver com sua família e um trabalho para auto-realizasse era o estereótipo de vida pra maioria das famílias. Pena que os anos passam e algumas convicções vão juntas com eles. Hoje em dia, o mínimo necessário pra fazer ser feliz é ter um carro do ano na garagem e um emprego em que você trabalhe pouco – de preferência quase nada – e ganhe muito – o mínimo pra ser milionário algum dia.
Não vou ser hipócrita ao ponto de dizer que essa não é a vida que quero pra mim. E alguém será hipócrita a tal ponto? Só que essa vida, em alguns casos, tem seu preço. E vale ressaltar que não são todos que estão dispostos a pagar por ela.
Reflita junto comigo. Você estaria disposto a submeter-se a privação total de liberdade, inclusive a uma corriqueira caminhada na praia? Estaria disposto a ter suas atitudes julgadas 24 horas por dia por, no mínimo, 100 milhões de pessoas? A viver trancafiado em uma casa com pessoas que você nunca viu? A sair dessa casa e perceber que a vida que você tinha há alguns meses atrás já não é a mesma?
Hum milhão e meio de reais compra muita coisa. Compram casas, carros, viagens e até mesmo sonhos. Entretanto, tira muitas outras. Tira sossego, paz, rotina, liberdade etc. Quem estiver disposto a arriscar perder tudo isso e mais um pouco, a porta da fama está aberta.
E eu? Eu prefiro um bom livro na varanda da minha casa de onde possa ver meus netos correndo pelo jardim e ter a certeza que as escolhas que fiz foram as melhores pra mim. Sei que posso ter alguns arrependimentos, não nego, mas sei que a vida vai me ensinar a superá-los.
Não condeno as escolhas que os outros fizeram, pelo contrário, dou valor a elas. Parabenizo-os por tal coragem. Talvez eu seja covarde por não correr atrás de hum milhão e meio de reais. Deve ser pelo fato de entender que o dinheiro só é capaz de comprar bens perecíveis. Talvez, se com ele pudéssemos comprar felicidade, amigos e amores, eu mudaria de idéia e correria atrás do tempo perdido.
Mensagem para reflexão:
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Pedro Igor Nascimento
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